"Dormindo com os olhos abertos", assim se sentem motoristas que usam drogas para cumprir jornada pesada nas estradas
Caminhoneiro foi flagrado pela Polícia Rodoviária Estadual (BPRv) com substância entorpecente, na noite de quarta-feira (3), na RJ 224, na altura do KM 23, no município de São Francisco de Itabapoana, durante uma fiscalização de trânsito. o homem portava três comprimidos de Nobésio/rebites
Um caminhoneiro foi flagrado pela Polícia Rodoviária Estadual (BPRv) com substância entorpecente. , na noite de quarta-feira (3), na RJ 224, na altura do KM 23, no município de São Francisco de Itabapoana, durante uma fiscalização de trânsito. O homem portava consigo comprimidos de anfetamina (Nobésio/rebite) droga muito usada por motoristas profissionais para inibir o sono e prolongar a viagem, desrespeitando assim, a lei do descanso, bem como potencializando o risco de acidentes nas rodovias.
Eram quase 19 horas, quando os agentes da 4ª Cia fiscalizavam trecho da rodovia e abordou um caminhão que seguia destino SFI/Campos.
Segundo o comandante da 4ª Cia/BPRv, major Daniel Frederico, após consultas e averiguação no veículo, os policiais encontraram dentro da cabine do caminhão três comprimidos que pareciam com Nobésio Forte. O condutor confirmou que tratava-se de anfetaminas e que não tinha ciência que seu porte e uso eram ilícitos.
De acordo com a bula do fabricante, a droga, que tem sua venda proibida pela ANVISA, é um anorexígeno indicada para o tratamento da obesidade. A anfetamina é um estimulante do sistema nervoso central e faz com que o cérebro trabalhe mais depressa e causa nas pessoas a sensação de diminuição da fadiga. Assim, a pessoa consegue efetuar atividades, como dirigir e estudar, por mais tempo, sem se cansar.
Dentre os efeitos colaterais do uso dessa droga, temos tanto alterações fisiológicas como comportamentais. Em baixas doses, a pessoa apresenta insônia, perda de apetite, taquicardia e dilatação dos olhos (este efeito é prejudicial aos motoristas, pois à noite sua visão pode ser ofuscada pelos faróis dos carros em sentido contrário). Porém, com o aumento da dose surgem efeitos como aumento da pressão arterial, impotência sexual, distúrbios gastrointestinais, irritabilidade, paranoia etc.
Estudos recentes das Pol[íciais Rodoviárias Federal e estaduais de todo Pais revela que o Brasil vem registrando um grande aumento no consumo de drogas por motoristas profissionais.
A principal motivação é conseguir resistir às pesadas jornadas de trabalho.
As consequências dessa prática para a saúde dos motoristas são muito graves e, além disso, aumentam
o comportamento de risco e os acidentes nas estradas.
Vários estudos científicos há mais de 10 anos alertam para a necessidade de combater com rigor esse
problema. E algumas das principais conclusões dessas investigações são apresentadas neste novo
trabalho do SOS Estradas, em prol da redução de acidentes rodoviários.
Os trabalhos e estudos do SOS Estradas tem sempre caráter pragmático, por isso as fontes, links e
informações estão disponíveis no próprio texto. Buscar essencialmente situações concretas, fatos
reais, para ilustrar o problema e suas possíveis soluções.
Diariamente matérias veiculadas nos principais meios de comunicação do país revelam o crescimento
do uso de drogas por caminhoneiros e motoristas de ônibus, bem como o aumento do transporte
rodoviário de drogas. Os subsídios fornecidos pela imprensa para este tema, também representam
uma contribuição importante para as autoridades e não deve ser negligenciado. Por isso, o SOS
Estradas elenca várias dessas matérias que dão um panorama mais realista da dimensão do problema
e de suas consequências nas estradas.
O consumo de drogas por motoristas profissionais está criando dependentes e contribuindo para a
expansão do tráfico em todo país, pela capilaridade da atividade de transporte rodoviário. Motoristas
passam de usuários a transportadores das drogas, e alguns até se tornam traficantes.
A Resolução Nº 460/2013 do Contran traz uma nova arma para o combate ao uso de drogas por
motoristas profissionais pois adiciona aos exames médicos obrigatórios para habilitação e renovação
profissional das categorias C, D e E, o exame toxicológico de larga janela, popularmente conhecido como
teste de cabelo, que permite, com a coleta de pequena quantidade, identificar se o doador utilizou drogas
nos últimos 90 dias.
O uso desses exames está produzindo resultados impressionantes em vários setores em que a
segurança é fundamental. Inclusive no setor de transporte rodoviário. O SOS Estradas, sob a luz
dessas experiências, acredita que estamos no limiar de uma nova fase no transporte rodoviário seguro.
Para isso, os exames de larga janela poderão dar uma contribuição inestimável e este trabalho procura
demonstrar a importância de utilizar esta arma a favor do transporte responsável.
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