Vamos falar de conscientização perante a violência doméstica contra a mulher e os possíveis impactos psicológicos.
                                                                          Psicólogos:

Dra. Brunna Soares Manhães Torquato
CRP 05/54894
Dr. André Luis Gonçalves Reis Villaça
CRP 05/54889
Dra. Iris Malafaia Gomes
CRP 05/54903

O quadro social no Brasil, relacionando-se a ele à mulher, não é um dos mais favoráveis. A violência conjugal é motivo de grande preocupação para a psicologia e para a saúde pública em geral, devido aos altos índices de prevalência do fenômeno. A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou em 2018, que uma em cada três mulheres no Brasil afirma já ter sofrido algum tipo de violência cometida pelo parceiro. Relatos de mulheres violentadas implica um conjunto de sentimentos relacionados com a violência, que vão desde a confusão sobre o que provoca a violência, até sentimentos de desespero sobre a impotência em parar com o agravamento da situação.

No Brasil, 75% da violência cometida contra a mulher acontecem no âmbito familiar e os agressores são na maioria das vezes os companheiros com quem mantém ou mantiveram uma relação afetiva. A cada 15 segundos uma mulher sofre violência doméstica, ou seja, a cada minuto quatro mulheres são espancadas, sem considerar o tempo em que não é cronometrado quando a mulher sofre abuso psicológico, definido esse como qualquer ato ou comportamento por meio de intimidação, ofensa ou constrangimento que nem sempre é provocado pela dor física e sim provocado por um dano emocional como a diminuição da autoestima, humilhação, constrangimento, manipulação, perseguição ou qualquer que seja o meio de causar prejuízo à saúde psicológica da mulher.

Por ser subjetiva e de difícil identificação, a violência psicológica na maioria das vezes é negligenciada até por quem sofre, por não conseguir perceber que ela está acontecendo, à medida que suas ações são sutis e camufladas por ações de cuidado e acolhimento. Diferente do que se imagina, não é preciso ser agredida fisicamente para está em uma relação abusiva, comportamentos que mostrem afronta a integridade emocional, autonomia, ciúme descontrolado de uma pessoa podem ser formas de violência psicológica.

A lei Maria da Penha (2006) é um marco no combate a violência contra a mulher, pois a partir da Lei 11.340, de sete de Agosto de 2006 que tem como símbolo a luta da primeira vítima de tentativas brutais de violência pelo seu marido, à lei ganha o nome da vítima, em virtude da repercussão do caso. Este caso se tornou ícone da luta de abusos físicos, psicológicos e morais sofridos pela mulher, pois retrata aspectos culturais, machistas e patriarcais presentes em nossa sociedade.

O combate à violência contra a mulher adulta requer um diálogo constate com a sociedade refletindo e buscando modificações nas políticas de assistência a esta população. Através da informação e campanha de prevenção para favorecimento de uma mobilização sobre os direitos e orientação sobre o que a sociedade disponibiliza como dispositivo institucional de ajuda a estas mulheres. 

Considerando assim, que a violência contra a mulher adulta tem sido identificada como um fenômeno que impacta um grande número de mulheres e que expõe a violência vitimando não apenas a mulher e sim a família como um todo de uma forma direta e indireta, com isso, faz-se necessário à avaliação das intervenções com a população vitimizada, é preciso então discutir formas de intervenção que auxiliem no atendimento as mulheres vítimas de violência.

No atendimento à vítima, é oportunizada a utilização da terapia como auxílio, neste momento o terapeuta deverá traçar estratégias junto à vítima para que a mesma seja inserida num contexto familiar e social seguro, o mesmo tem a função de auxiliar essa vítima a enfrentar seus conflitos gradualmente, tirando-a do papel de vítima e reestabelecendo o controle da sua própria vida.

A utilização da Terapia com mulheres vítimas de violência, tem se desenvolvido de forma constante e gradual. O que antes era utilizado no tratamento de transtornos mentais que são alterações do funcionamento da mente que prejudicam o desempenho da pessoa na vida familiar, social, hoje vem sendo adaptado para intervenção de ordem emocional que é a forma como o organismo reage a um acontecimento, acompanhado por um estado afetivo, penoso ou desagradável. 

Afinal, a violência contra a mulher não deve ser considerada como algo natural, pelo contrário, muitas vezes pode ser agressivo tanto para essa mulher quanto para a sociedade, essa violência está associada à perda de controle contra esse combate, ou seja, contra essa transformação dos papéis de gênero, à medida que a sociedade continuar a fingir que não existe abuso perante a mulher, será difícil conseguir inativar os prejuízos causados por este.

O comportamento destrutivo e a violência sempre estiveram lá, na sociedade, pois, na vida não podemos evitar que as nuvens da desgraça sobrevoem perante nosso dia, no entanto a sociedade tem um enorme compromisso em formar limites a esses agressores e com isso acolher suas vítimas e assim temos o poder de impedir que elas continuem. É de máxima urgência que a sociedade tenha consciência e consiga mudar essa atual realidade. Precisamos falar sobre isso.

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